quarta-feira, 17 de março de 2010

CULTO SEM ALMA E SEM VERDADE

“ Sentença pronunciada pelo Senhor contra Israel pelo profeta Malaquias” (Ml.1:1). O que é interessante neste texto do livro do profeta Malaquias é que ele é feito em termos jurídicos, ou seja, estamos lendo uma sentença.

Vejam vocês que a maneira como o livro do profeta Malaquias começa é extremamente jurídica e ele apela para uma solenidade enorme, porque Deus está falando. E no contexto específico ele está falando algo que deveria ser ouvido com temor, tremor, reverência, consciência de que coisas seríssimas serão ditas e que precisam ser guardadas, agasalhadas no coração, e precisam ser objeto de reflexão mais séria e cuidadosa.

No livro de Malaquias encontramos, pelo menos, quatro maldições seríssimas, que Deus diz poder alcançar a vida de qualquer pessoa do seu povo.

Há maldições que a gente quebra apenas dizendo: “Eu renuncio a isto”. Mas aqui, em Malaquias, há maldições que não se quebra apenas com oração de renúncia. E uma dessas maldições é do culto sem alma e sem verdade.

“Pois maldito seja o enganador que tendo macho no seu rebanho, promete e oferece ao Senhor um defeituoso; porque eu sou grande Rei, diz o Senhor dos Exércitos, o meu nome é terrível entre as nações.” Ml.1:14. O profeta diz que quando você cultua a Deus sem alma, sem paixão, sem verdade, sem aquelas realidades que brotam, que emanam a essência de um ser, você corre o risco de ficar debaixo de maldição.

Talvez você não esteja entendendo, então explicarei mais detalhadamente. Na antigüidade, lá em Israel, era parte essencial do culto, sacrificar a Deus: trazer animais e imolá-los. E estes animais deveriam ser trazidos com um cuidado enorme. Era o culto ao Senhor onde o sangue de um inocente ia ser derramado. Onde pecados iam ser confessados. Onde a alma ia se abrir, se expor com verdade radical e essencial diante de Deus.

E Deus diz que é maldito aquele que podendo trazer alguma coisa limpa, pura para Deus, traz ao contrário um sacrifício torto, defeituoso. E maldito aquele que brinca de cultuar. E maldito aquele que se aproxima Dele como se estivesse se aproximando de uma coisa desprezível, num beco escuro qualquer da vida.

Se você aproximar-se de mim, diz o Senhor, traga o seu melhor. E a Palavra de Deus diz, nos versos 6 e 9 deste mesmo capítulo primeiro, que este culto sem alma e sem verdade é aquele que se oferece com desprezo pelo nome de Deus, demonstrado mediante um culto sem oferenda do melhor nosso para Deus.

O verso 12 nos diz que este mesmo culto é aquele que é feito com total falta de entusiasmo pela pessoa de Deus. Neste versículo a Palavra de Deus nos diz: “... profanais a minha casa, quando dizeis: a mesa do Senhor é imunda, e o que nela se oferece, isto é, a sua comida, é desprezível.”
Aqui há duas afirmações sérias sobre culto sem alma e sem verdade:

1o Ele é aquele culto que não traz o melhor do ser prá Deus.
2o É um culto marcado pela falta de entusiasmo da alma diante de Deus que é capaz de inclusive dizer: Que sacrifício, que chatice!

Irmão, preste atenção: o resultado dessa prática religiosa será como o verso 14 anuncia: “... maldito seja o enganador que tendo macho no seu rebanho, promete e oferece ao Senhor um defeituoso; porque eu sou grande Rei, diz o Senhor do Exércitos, o meu nome é terrível entre as nações.”

O resultado é o de se ficar viciado neste culto mecânico que não traz a alma, que não tem paixão, que não tenta encontrar o melhor de si para trazer a Deus, que não faz renovação de propósito de vida, que não derrama seu todo na presença de Deus, com gratidão, com vida absolutamente entregue e rendida, consciente de que tudo no ser vem de Deus e de que o ser só faz sentido se for em Deus. O resultado deste culto mecânico, hipócrita, vazio, programado, que não encontra espontaneidade na vida no fundo do ser é que ele produz uma alma amarga e infeliz.

Quero dizer uma coisa: há no Brasil, milhões de pessoas padecendo desta maldição, de uma alma amarga, morta, infeliz, pedrada, adoecida, insensível, porque perderam a capacidade de celebrar a Deus desde o fundo do coração.


(do livro: As quatro maldições)

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