quinta-feira, 8 de julho de 2010

PAI NOSSO ( DIALOGADO)

Cristão (C): Pai nosso que estás nos céus...
Deus (D): Sim.

C: Não me interrompas, estou orando.
D: Mas tu me invocaste...

C: Eu te invoquei ? Ora, acho que não. Nós constumamos orar
assim: "Pai nosso que estás no céu..."
D: Vês ? De novo. Estás me invocando para iniciares um diálogo ou ...? Então, qual é o teu problema ?

C: Santificado seja o teu nome...
D: Consideras seriamente isto ?

C: O que devo considerar seriamente ?
D: Que queres santificar seriamente meu nome. O que significa para ti ?

C: Significa... ahm... quero dizer... Minha nossa! Não sei.
D: Significa o seguinte: que queres honrar-me. Que Eu tenho realmente importância única para ti.

C: Ah! Compreendo... "Venha o Teu reino, seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu...
D: E tu ? Em que colaboras para que isso aconteça ?

C: Que a Tua vontade seja feita ? Bem, eu vou à igreja, contribuo regularmente com a comunidade...
D: Eu quero mais: que a tua vida esteja em ordem. Que tuas manias que irritam os outros desapareçam. Que aprendas a pensar a partir dos outros e em direção deles. Que todos conheçam a Jesus; seja o teu médico, teu chefe... Quero que doentes sejam curados; famintos, alimentados; enlutados, consolados; aprisionados sejam libertos. Pois tudo o que fizeres por eles, isso o fazes por mim.

C: E por que é exatamente a mim que dizes isso ? Se soubesses quantos hipócritas existem por ai...
D: Desculpe-me. Eu pensei que oravas sinceramente para que o meu reino e a minha vontade seja feita. Pois bem, isso deve iniciar particularmente contigo que oras. Eu poderei fazer de ti um mensageiro.

C: Isso faz sentido... Permites que eu continue a orar ? "O pão nosso de cada dia nos dá hoje..."
D: Mas tu tens bastante... Teu pedido subentende a obrigação de fazeres algo para que milhões de necessitados desse mundo recebam seu suprimento diário.

C: "E perdoa as nossa ofensas, assim como nós também perdoamos a quem nos tem ofendido..."
D: E aquele teu colega ?

C: Tinha que mencioná-lo ? Tu sabes que ele me rebaixou publicamente; me trata com arrogância e não me leva a sério como colaborador. Faz gato e sapato de mim. É um tipo que...
D: Eu não sei. Mas e a tua oração ?

C: Mas não é nesse sentido que estou orando.
D: Ao menos és sincero. Escuta: tens prazer em andar por aí com a mente cheia de amarguras e desprezo ?

C: Não, isso me deixa doente.
D: Eu quero curar-te. Perdoa-o e eu te perdoarei. Então, o orgulho e o ódio serão pecados dele, e não mais teus. Talvez perca dinheiro, talves status, mas isso vai trazer-te paz ao coração.

C: Bem, não sei se tenho forças para tanto...
D: Eu te ajudarei.

C: "E não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal..."
D: Gosto de fazer isso. Então, evita situações e pessoas pelas quais tu possas cair em tentação.

C: Como assim ?
D: Conheces teus pontos fracos em relação às finanças, à sexualidade, agressividade, hipocrisia... Não dês chance ao tentador.

C: Acho que esse foi o Pai Nosso mais difícil que já orei. Mas pela primeira
vez teve relação direta com minha vida diária.
D: Muito Bem. Agora estamos fazendo progresso. Podes terminar a tua oração.

C: "Pois Teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém.
D: Sabes o que Eu acho lindo ? Que homens como tu comecem a me levar a sério, a orar sinceramente, a me seguir fazendo a minha vontade quando notam que o seu agir para a vinda do meu reino, em última análise, os fazem felizes.

(Clyde L. Hering)

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