quinta-feira, 24 de setembro de 2009

DEUS TEM TODO DIREITO DE ESTAR IRADO

“A ira de Deus é revelada do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça, pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou.” Rm.1:18-19.

Deus está irado por causa do mal. Para muitos, isto é uma revelação. Alguns imaginam Deus tão rígido e tão ocupado em controlar os planetas, quem nem dá conta de nós. Ele não é assim.

Outros o imaginam como um pai coruja, cego às maldades de seus filhos. Errado.

Ainda outros insistem que ele nos ama tanto, que é incapaz de ficar bravo com nossas maldades. Eles não compreendem que o amor sempre aborrece o mal.

Muitos não entendem a ira de Deus, porque confundem ira divina com raiva humana. Ambas têm pouca coisa em comum. A ira dos homens é tipicamente auto-acionada, e inclinada a explosões de temperamento e atos violentos. Ficamos irados por havermos sido passados para trás, negligenciados ou enganados. Esta é a ira dos homens, não de Deus.

Deus não fica zangado por não havermos feito como Ele quis. Ele se ira porque a desobediência sempre resulta em autodestruição. Que tipo de pai se sentaria e assistiria seu filho ferindo-se a si próprio?

Que espécie de Deus faria o mesmo? Você acha que Ele dá risadinhas quando vê um adultério, ou se ri em silêncio de um assassinato? Pensa que ele olha para o outro lado, quando produzimos programas de entrevistas baseados em prazeres perversos? Imagina que Ele balança a cabeça e diz “humanos são humanos”?

Eu acho que não. Anote isto e sublinhe em vermelho: Deus está legitima e justamente irado. Deus é santo. Nossos pecados são uma afronta à sua santidade. Seus olhos são “tão puros, que não podem ver o mal, nem contemplar aqueles que andam errados” (Hc.1:13).

Deus está irado com o mal que arruina seus filhos. Contanto que Deus é Deus, Ele não pode ver com indiferença a sua criação ser destruída, e o seu santuário pisado.

Não temos desculpa, porque Deus se nos tem revelado através da criação.

Escreve o salmista: “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos”. (Sl.19)

Cada estrela é um anúncio. Cada folha, uma lembrança. As geleiras são megafones, as estações, capítulos da história; e as nuvens, estandartes. A natureza é uma canção de muitas partes, mas de um só tema e um só verso: Deus é.

Centenas de anos atrás, Tertuliano declarou: “Não foi a pena de Moisés que introduziu o conhecimento do Criador... A maior parte da humanidade, mesmo sem nunca ter ouvido o nome de Moisés, para não falar de seus livros, conheceu, não obstante, o Deus de Moisés. A natureza é a professora. Uma flor nas matas... uma concha vinda do mar... uma pena de uma ave do pântano... falariam a você de um Criador mesquinho?... Se eu lhe oferecer uma rosa, você não desprezará seu criador.”

A criação é a primeira missionária de Deus. Existem aqueles que nunca seguraram uma Bíblia, ou ouviram um trecho das Escrituras. Existem aqueles que morrem antes que um intérprete traduza a Palavra de Deus para a sua língua. Milhões viveram nos tempos antigos, antes de Cristo, e outros milhões vivem em terras distantes, longe dos cristãos, e há os simplórios, incapazes de compreender o Evangelho. O que reservaria o futuro a essas pessoas se nunca ouvissem de Deus?

O problema não é que Deus não fale; nós é que não o ouvimos. Deus diz que sua ira é dirigida contra qualquer coisa, ou qualquer um, que suprima o conhecimento da verdade. Deus ama seus filhos, e odeia aquilo que os destrói. Isto não significa que ele se encolerize, perca sua têmpera, ou seja emocionalmente imprevisível. Significa, simplesmente que Ele ama você, e odeia aquilo em que você se torna quando o desobedece. Chame isto de santa hostilidade. Um justo ódio do pecado. Um divino desgosto pelo mal que destrói seus filhos.

A questão não é “como ousa irar-se um Deus amoroso?”, mas antes, “Como poderia um Deus amoroso sentir menos que isso?”

(do livro: Nas garras da Graça)

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