A SENTENÇA DE CRISTO
SENTENÇA DE CRISTO
Cravos foram enterrados nos seus pulsos e tornozelos. A estaca que sustentava o seu corpo abalado e desidratado caíra com um baque surdo na cova preparada para ela. Soldados insensíveis já estavam jogando sortes sobre as suas roupas para dividí-las entre eles. Tendo sido açoitado com tiras de couro com pontas de chumbo, até que a pele, a gordura e os músculos fossem rasgados de suas costas, tendo perdido os fluídos do corpo, os eletrólitos e suor debaixo de um sol ardente, ele se aproxima de suas horas finais de agonia com um físico enfraquecido, destroçado pela dor.
A tortura sem igual da crucificação consiste na sádica oferta de uma escolha entre dois horrores. Ficar dependurado com os braços estendidos durante horas produz caimbras nos músculos do peito, do abdômem e do diagfragma. A respiração se torna difícil e dolorosa e a pessoa fica ameaçada de sufocação. Mas para encher os pulmões de ar é preciso levantaar o corpo, transferindo o seu peso para o cravo que prende os tornozelos e lutando para ficar menos pesado e poder se elevar mais. Quando a dor se torna insuportável, a pessoa volta às caimbras e à sufocação novamente.
A agonia passada por Jesus na cruz do calvário aumenta ao ver as pessoas rindo, blasfemando contra Ele, os soldados repartindo suas vestes, a incredulidade operando nos corações...
Nós percebemos que Jesus recebeu duas sentenças de condenação à morte: a condenação humana e a espiritual. A condenação acima é em cumprimento à sentença dada por Pôncio Pilatos contra Jesus. "No ano dezenove de Tibério-César, Imperador Romano de todo o mundo, Monarca invencível na Olimpíada cento e vinte e um, e na Eliada vinte e quatro, da criação do mundo, segundo o número e cômputo dos Hebreus, quatro vezes mil cento e oitenta e sete, do progênio do Romano Império, no ano setenta e três, e na libertação do cativeiro de Babilônica, no ano mil e duzentos e sete, sendo governador da Judéia Quinto Sérgio, sob o regimento e governador da cidade de Jerusalém, presidente Gratissimo, Pôncio Pilatos; regente na Baixa Galiléia, Herodes Antipas pontífice do Sumo Sacerdote, Caifás, magnos do templo, Alis Almael, Robas Acasel, Franchino Ceutauro; cônsules romanos da cidade de Jerusalém, Quinto Cornélio Sublime e Sixto Rusto, no mês de março e dia XXV do ano presente - Eu, Pôncio Pilatos, aqui presidente do Império Romano, dentro do Palácio e arqui-residência, julgo, condeno e sentencio à morte Jesus, chamado pela plebe - Cristo Nazareno - e galileu de nação , homem sedicioso contra a Lei Mosaica - contrário ao grande Imperador Tibério César. Determino e ordeno por esta que se lhe dê morte na cruz, sendo pregado com cravos como todos os réus, porque congregando e ajustando homens, ricos e pobres, não tem cessado de promover tumultos por toda a Judéia, dizendo-se filho de Deus e Rei de Israel, ameaçando com a ruína de Jerusalém e do sacro templo, negando o tributo a César, tendo ainda o atrevimento de entrar com ramos e em triunfo, com grande parte da plebe, dentro da cidade de Jerusalém. Que seja ligado e açoitado, e que seja vestido de púrpura e coroado de alguns espinhos, com a própria cruz aos ombros para que sirva de exemplo a todos os malfeitores, e que, juntamente com ele, sejam conduzidos dois ladrões homicidas; saindo logo pela porta sagrada, hoje Antoniana, e que se conduza Jesus ao monte público da justiça, chamado Calvário, onde crucificado e morto ficará seu corpo na cruz como espetáculo para todos os malfeitores, e que sobre a cruz se ponha, em diversas línguas este título: Jesus Nazareno Rex Judeorum. Mando, também, que nenhuma pessoa de qualquer estado ou condição se atreva, temariamente, a impedir a justiça por mim mandada, administrada e executada com todo o rigor, segundo os Decretos e Leis Romanas, sob as penas de rebelião contra o Imperador Romano. Testemunhas de nossa sentença: pelas doze tribos de Israel:Rabaim Daniel, Rabaim Joaquim Banicar, Banbasu, Laré Petuculani. Pelos fariseus: Bulliniel, Simeão, Ranol, Babbine, Mandoani, Bancurfosse. Pelos Hebreus: Matumberto. Pelo Império Romano e pelo Presidente de Roma: Lúcio Sextilo e Amácio Chilicio ". ( Sentença pronunciada contr Jesus Cristo - Este documento encontra-se na Biblioteca de Madrid ).
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